Ap. Jota Moura
“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”. (1 Pedro 4.10)
O
termo ministro/ministério abrange a todos os serviçais da Casa de Deus, como
veremos a seguir pelo exame da Bíblia.
1. NO ANTIGO TESTAMENTO
1) Meshareth uso restrito - vocábulo hebraico (na
Septuaginta, leitourgos) e seus correlatos, normalmente se referem ao
serviço no templo ou à ministração dos anjos (Sl. 104.4).
2) Meshareth uso geral - Josué é o servidor
de Moisés (Êx. 24.13; Js. 1.1), e os criados de Salomão (I Rs. 10.5) são seus
servos domésticos.
2. NO NOVO TESTAMENTO
1) Diákonos o servidor das
mesas - É a palavra característica do NT, a princípio num sentido
não técnico, e em Fl. 1.1 e nas epístolas pastorais, como o título de um
oficial eclesiástico. Refere-se ainda ao serviço temporário ou permanente,
quer realizado por escravos quer por livres; mas tem o sentido especial de
servir às mesas. O próprio Cristo aparece entre os discípulos como ho
diakonon ou aquele que serve (Lc. 22.27), e pode ser descrito como
um diákonos da circuncisão (Rm. 15.8). Seguindo o exemplo desse humilde
serviço, os maiores cristãos, à semelhança de Cristo, devem ser os ministros
dos demais (Mt. 20.26; Mc. 10.43). Assim é que encontramos os apóstolos e seus
auxiliares designados como ministros de Deus (2 Co. 6.4; I Ts. 3.2), ministros
de Cristo (2 Co. 11.23), ministros do Evangelho (Ef. 3.7; Cl. 1.7), ministros
da Nova Aliança (2. Cor. 3.6), ministros da Igreja (Cl. 1.25) ou em sentido
absoluto (1 Co. 3.5; Ef. 6.21).
Os sete diáconos da Igreja de
Jerusalém foram apontados para servir as mesas diakonein trapezais, e
sua obra primária era visitar de casa em casa e aliviar as necessidades dos
pobres e enfermos. Os diáconos eram os principais agentes, mediante os quais a
Igreja expressava sua comunhão mútua de serviço e a caridade de Jesus Cristo,
nosso Deus Salvador e Senhor aos homens.
Febe em Romanos 16.1 é uma mulher
descrita como diakonos ou diaconisa na igreja de Cencréia. As ministras
ou diaconisas se desenvolveram na igreja principalmente a partir do século
terceiro da nossa era (1 Tm. 3.8-13).
É bom observar também que Satanás tem
igualmente seus ministros (2 Co. 11.15); existe até o ministro do pecado (Gl.
2.17); e o poder secular ou poder público do Estado reputado também como
ministro de Deus (Rm. 13.4).
2) Doulos o escravo de Cristo - A humildade do
serviço cristão é salientado ainda mais poderosamente mediante o emprego desta
palavra. Esta forma de escravo foi o tipo que Cristo assumiu (Fl. 2.7), sendo
também os apóstolos designados doulos ou escravos de Cristo (Rm. 1.1;
Gl. 1.10; Cl. 4.12). Assim sendo, o ministro realiza o serviço humilde de um
escravo ao Seu Soberano Senhor, assim como o ministro é um doulos, um
escravo de Cristo.
3) Hyperetes o remador de
segunda classe - É outro termo usado para descrever o
ministro do Evangelho e que passou a significar qualquer pessoa que ocupa uma
posição subordinada. O próprio apóstolo Paulo ufanava-se de ter recebido de
Cristo tal posição na galera da Igreja (At. 26.16; I Co. 4.1).
4) Leitourgos o ministro do
Templo - termo aproveitado pelo Novo Testamento em sentido cristão,
para designar o ministro do Evangelho de Cristo. Originalmente se referia ao
servidor público, tendo então adquirido sentido religioso, conforme se emprega
na Septuaginta. Dessa maneira Cristo aparece como leitourgos do templo
celestial (Hb. 8.2) e os anjos são espíritos litúrgicos, isto é, ministrantes
espirituais da parte de Deus aos Seus filhos (Hb. 1.14). O verbo correspondente
é empregado também para identificar os profetas e mestres que ministravam em
Antioquia (At. 13.2).
Assim sendo, na compreensão cristã
histórica sobre o ministério, quer oficial ou não, todos os cristãos são
chamados de ministros na Casa (templo) do nosso Deus (1 Pe. 2.9). Um verdadeiro
ministro presta um humilde e amoroso serviço a Deus, servindo em nome de
Cristo a todos os seres humanos que Ele amou de tal maneira que deu Seu Filho
para morrer na cruz por eles (Jo. 3.16). Amém!
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