Ap. Jota Moura
“Eis que Ele vem com as nuvens, e todo olho o verá”. (Ap. 1.7)
A ordem de Deus para celebrarmos a festa dos
Tabernáculos encontra-se em Levítico 23:34-43. Vejamos o significado profético
desta maravilhosa Festa do Senhor.
1.
DEUS HABITANDO CONOSCO
O Tabernáculo
em si, para aqueles não familiarizados ainda, é onde o Senhor habitava no meio
de seu povo, dele recebia adoração e sacrifícios, e com ele falava, no período
da Antiga Aliança. Este é o significado de Tabernáculos: Deus habitando com Seu
povo. É interessante ver a descrição e o uso das diversas áreas e utensílios do
Tabernáculo, assim como a disposição dos rituais, nos capítulos 25, 26 e 27 do
livro de Êxodo.
O apóstolo João
em seu evangelho 1:14 declara: "O
Verbo se fez carne e habitou entre nós ...", descrevendo a primeira
vinda de Jesus usando a palavra "habitou", que expressa a imagem do
Tabernáculo, com Deus habitando no meio de Seu povo.
Há muitos cristãos que pela falta de uma clara
informação bíblica a este respeito, se recusam a definir a data do nascimento
de Jesus. A Igreja Ocidental, desde o quarto século da era cristã, adota 25 de
dezembro como sendo a data deste divino evento. A maioria dos historiadores,
entretanto, acredita que isto tratou-se de uma concessão papal feita aos pagãos
do Império Romano. Freqüentemente, aliás, a igreja primitiva adotou, como
cristãs, festividades pagãs, como uma "estratégia" para obter novas
conversões. Afinal é mais fácil aproveitar costumes existentes do que
modificá-los, especialmente se enraizados. O Natal de 25 de dezembro é bem um
destes exemplos. Tratava-se de uma festividade pagã, antiqüíssima, para
comemorar a volta do sol, após o solstício de inverno. Nada tem a ver com o
nascimento de Jesus Cristo.
2. NASCIMENTO DO MESSIAS
Cremos que Jesus nasceu em plena Festa de
Tabernáculos, no primeiro dia desta Festa. As razões divinas para isto
tornam-se muito claras, quando examinamos o quadro geral das Festas do Senhor. O
Plano Redentor de Deus, para facilitar um entendimento mais amplo e promover
maior aceitação de Jesus como o Messias, revelou-se nas datas que o Senhor
santificou e ordenou a Seu povo celebrar. Guarda notáveis paralelos com os
significados de cada um desses eventos: Jesus morreu na cruz, como nosso
Cordeiro Pascal, no exato dia da Páscoa; Jesus ascendeu ao Pai no dia das
Primícias dos Frutos; o Espírito Santo nos é enviado para nosso revestimento,
em Pentecostes. E o nascimento de Jesus, um evento fundamental, se daria fora
de uma destas Festas bíblicas? Certamente que não. Há várias evidências de que
a Festa de Tabernáculos marca o nascimento de Jesus.
Sabemos por Lucas, que Maria e José deslocaram-se para
Belém para atender ao censo de Herodes, que, embora ordenado pelos romanos,
mantinha o costume local de fazê-lo na cidade do patriarca de cada família.
José era de Belém. Por que este evento, ao qual se seguia a cobrança de
impostos, se daria no meio do inverno e não após a colheita? A safra que antecede
o inverno, a última do ano, é colhida no outono local e é seguida imediatamente
pela Festa de Tabernáculos.
Como os pastores poderiam estar cuidando de seus
animais no campo - referência que consta da descrição do nascimento de Jesus,
nos evangelhos - em fim de dezembro, pleno inverno? Estes ficavam confinados em
seus apriscos, segundo o costume local, de novembro a fevereiro. Desde que o
ministério terrestre de Jesus durou três anos e meio, e Ele morreu na Páscoa,
que é em março/abril, o início de Sua obra, aos 30 anos, aponta Seu nascimento
para setembro/outubro, onde temos a Festa de Tabernáculos, e não para 25 de
dezembro.
3.
FESTA DA CHUVA SERÔDIA
Tabernáculos era uma das três ocasiões, em que se dava
a peregrinação em massa, de todo o país para Jerusalém (as outras duas eram
Páscoa e Pentecostes). Nesta ocasião, não só Jerusalém, mas todas as áreas
circunvizinhas, recebiam forte afluxo de peregrinos. E Belém dista apenas oito
quilômetros de Jerusalém. Isto pode explicar porque Lucas nos relata, em seu
evangelho, 2:7, que os pais terrenos de Jesus não encontraram acomodações em
Belém, utilizando-se então de uma manjedoura, para abrigo, na situação de Seu
nascimento iminente.
Realmente houve um dia
santo, marcando o nascimento de Jesus. Jesus foi Deus habitando no meio de Seu
povo (Emanuel), com Seu nascimento perfeitamente tipificado pela celebração de
Tabernáculos.
Em tabernáculos eram costumeiras as orações rogando a
Deus pelas chuvas de inverno, essenciais para restaurar a terra para a próxima
safra. E no cerimonial histórico dos judeus, por ocasião do segundo Templo, o
ponto alto, no último dia da Festa de Tabernáculos, acontecia quando o sacerdote,
simbolicamente, derramava água no altar do Templo, obtendo fervorosa reação da plateia.
Falta acrescentar que as águas buscadas não eram apenas as da chuva, desde que
um texto bem utilizado era o de Isaías 12:3 "Vós com alegria tirareis água das fontes da salvação". Então,
mais que a chuva, esta cerimônia ilustrava profeticamente os dias de redenção
messiânica, quando a água do Espírito Santo seria derramada, pelo esperado
Messias, sobre todo Israel (ver Jo 7.37-39).
4. PROFETIZANDO
O FUTURO
O descanso sazonal e
eterno da Festa dos Tabernáculos é descrito em detalhes por toda a Bíblia, mas
particularmente pelos profetas nos escritos hebraicos. É a utopia pela qual o
homem tanto lutou – porém nunca alcançou – porque tentou estabelecê-la sem Deus.
O profeta Isaías
ansiava por esse momento quando escreveu: “Os
resgatados do Senhor voltarão. Entrarão em Sião com cântico; alegria eterna
coroará sua cabeça. Júbilo e alegria se apossarão deles, tristeza e suspiro
deles fugirão” (Is. 51.11).
O profeta Zacarias
disse que quando o Messias vier, todas as nações irão até Jerusalém para adorar
ao Senhor e celebrar essa festa: “Então,
os sobreviventes de todas as nações que atacaram Jerusalém, subirão ano após
ano para adorar o rei, o Senhor dos Exércitos, para celebrar a festa das
cabanas (Tabernáculos)” (Zc. 14.16).
Por mais maravilhoso
que seja esse momento para a terra e seus habitantes, ele ainda não é o
descanso final que Deus tem para nós. No Livro de Levítico havia um Shabat
especial no oitavo dia (o vigésimo segundo). Esse era um dia de grande alegria
e corresponde ao novo céu e à nova terra. “Então
vi novos céus e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham
passado; o mar já não existia. Vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia
dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu
marido. Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: Agora o tabernáculo de
Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o
próprio Deus estará com eles e será o nosso Deus. Ele enxugará dos seus olhos
toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a
antiga ordem já passou”. Aquele que estava assentado no trono disse: ‘Estou fazendo novas todas as coisas!’ E
acrescentou: ‘Escreva estas palavras verdadeiras e dignas de confiança’.
Disse-me ainda: ‘Está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A
quem tiver sede, darei de beber gratuitamente da fonte da água da vida”’
(Ap. 21.1-6).
João
explica que Deus transferirá Seu lar do céu para a terra. Deus habitará em
nosso meio e baixará a cortina sobre o ato final da história humana. Então a
eternidade começará com Deus vivendo no meio de Seu povo. Esse é o descanso
final pelo qual todos os cristãos estão esperando (ver Ap. 22.1-5).
Na expectativa desse
momento glorioso de júbilo na terra, os cristãos têm celebrado a Festa dos
Tabernáculos em Jerusalém desde 1980. É um tempo de grande alegria. A cada ano,
aproximadamente mais de 5000 cristãos de 100 nações, sobem até Jerusalém para
“guardar a Festa”. Não é uma “Festa Judaica”; é uma “Festa de Jesus”. É uma
Festa do Senhor com todo Seu povo. Realiza-se um desfile com judeus e cristãos
numa experiência surpreendente; as pessoas não conseguem conter as lágrimas de
alegria à medida que achegam-se um ao outro com amor e amizade. Nós shalomitas
do Brasil, celebramos as Festas do Senhor há 33 anos. Tem sido uma revelação
crescente cada ano celebrado. A Festa dos Tabernáculos deste ano, destaca o
retorno do Rei. Jesus em Sua primeira aparição veio como Cordeiro Redentor da
humanidade, porém em Seu retorno virá como Leão da Tribo de Judá, ao toque da
última trombeta, para reinar eternamente (Ap. 11.15). Maranata! Vem Senhor
Jesus.
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