Texto
adaptado por Ap. Jota Moura
“Quem é esta que
aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol formidável
como um exército com bandeiras?” (Ct. 7:10)
Inicialmente,
aprendamos a diferença entre a postura voltada para modelos e voltada para
princípios. Modelos são conceitos com que uma ou até muitas igrejas em qualquer
lugar do mundo fizeram experiências positivas, mas cuja imitação em qualquer
outro contexto não daria certo. Princípios, por outro lado, são elementos dos
quais pode-se provar que têm validade no mundo todo para as igrejas que
crescem. Como aprender de uma igreja que cresce? O que é que as igrejas que
crescem fazem de diferente? Apresentamos a seguir, os oito princípios mais
importantes que encontramos no transcurso da pesquisa feita.* Aprendemos que
nenhuma igreja que quer crescer pode negligenciar uma só destas marcas de
qualidade.
Marca # 1: LIDERANÇA
CAPACITADORA
Liderança capaz
caracterizada por um ou mais líder capacitado em todas as áreas com uma grande
visão. Este líder, porém, só precisa de colaboradores voluntários que o ajudem
a colocar sua visão em prática. Liderança capacitadora é aquela liderança que
se empenha em ajudar outros cristãos a chegar cada vez mais ao nível de
capacidade que Deus planejou para eles. Eles capacitam, apoiam, motivam,
acompanham cada cristão, para que se torne aquilo que Deus desde o começo
planejou para eles. Um líder capacitador pode alegrar-se de coração com isto,
porque sabe que Deus tem um chamado individual para cada cristão. Líderes de
igrejas que crescem não precisam ser astros, na verdade o modelo de “super-herói”
até pode atrapalhar o crescimento da igreja. Deus não criou ninguém como “a
pessoa dos sete instrumentos”, e, se alguém exerce este papel (ou é obrigado
pela igreja, que espera isto dele), este e um sinal inquestionável de que alguma
coisa está errada.
Marca # 2: MINISTÉRIOS
ORIENTADOS PELOS DONS
A tarefa básica da
liderança da igreja é ajudar os membros a descobrir os dons que Deus lhes deu e
a encontrar o ministério que combine com estes dons. Um princípio simples, mas
cuja aplicação dificilmente ficará sem consequências radicais. Se você, como
cristão, viver de acordo com seus dons espirituais, você não trabalhará mais na
força própria; é o Espírito de Deus quem trabalhará em você. Assim você, como
pessoa “comum” no mais verdadeiro sentido da palavra, poderá realizar coisas
fora do comum. A maioria dos cristãos não exerce nenhuma função na igreja, ou
exerce alguma que não corresponde aos seus dons. 80% dos cristãos que
entrevistamos nem mesmo sabem quais são seus dons espirituais. Uma pessoa que
executa uma tarefa que não corresponde aos seus dons assemelha-se a uma roda
quadrada. E o cristão que não tem nenhuma função na igreja? Este talvez seja
uma das rodas redondas, das quais tantas estão jogadas dentro de uma carroça,
sem uso.
A partir do momento em
que eu me esforço em moldar meu ministério de modo coerente com meus dons
espirituais, experimento três efeitos. Em primeiro lugar, sou uma pessoa mais
feliz do que eu era antes. Em segundo lugar, sou muito mais eficiente do que
antes. E, em terceiro lugar, sou mais criticado por outros cristãos do que antes!
Talvez esta terceira experiencia seja o preço que temos de pagar, se queremos
atender ao chamado de Deus.
Marca # 3:
ESPIRITUALIDADE CONTAGIANTE
Não importa tanto o
tipo de espiritualidade (desde que ela seja autêntica!) quando a fé é exercida
com devoção, fogo e entusiasmo. Pode-se provar que o grau de consagração
espiritual é o ponto que diferencia as igrejas que crescem das que não crescem.
São secundários os métodos com que se trabalha na igreja. Em uma igreja que
vive sua fé com entusiasmo, funciona praticamente qualquer método. E
vice-versa: em uma igreja que está emperrada nesta área, o melhor método do
mundo está fadado ao fracasso. De que serve o motor mais potente do mundo, se o
tanque de combustível está vazio, se falta a energia? Há uma matéria em que nós
cristãos, chegamos a um triste mestrado: descobrir estratégias de como impedir
o entusiasmo espiritual!
Marca # 4: ESTRUTURAS E
PROGRAMAS FUNCIONAIS
A marca de qualidade
“estruturas e programas funcionais” evidencia-se como a mais controvertida. Na
questão das formas e estruturas da igreja, o critério mais importante é se
elas cumprem seus objetivos ou não. Estruturas e programas eclesiásticos jamais
são um fim em si mesmos, sempre são apenas um meio para chegar a determinado
fim. Tudo o que não se enquadra neste critério (por exemplo, estruturas de
liderança que impedem o amadurecimento dos membros da igreja, horas de culto
não apropriadas, formas de programas descontextualizadas) precisa ser mudado
ou eliminado. Com este processo contínuo de renovação, evita-se em grande parte
as calcificações tradicionalistas. De onde, então, vêm as resistências contra
este princípio? Simplesmente do fato de que a maioria das pessoas e igrejas tendem
a ficar mais tradicionalistas com o tempo. O tradicionalismo defende que as
formas eclesiais devem ficar sempre como foram até agora, como está acostumado
com elas.
Marca # 5: REUNIÃO DE
CULTO INSPIRADORA
Inúmeros cristãos acham
que precisam adotar certos modelos de culto de outras igrejas, porque
supostamente este é um princípio de crescimento. O culto pode estar direcionado
para cristãos ou não cristãos, pode ser celebrado em gíria de igreja ou em
linguagem secular, pode ser organizado de forma litúrgica ou livre – tudo isto
não é decisivo para o crescimento da igreja! Decisivo é outro critério:
participar do culto ‘é uma “experiência inspiradora”? Este é o campo em que
igrejas que crescem se diferenciam claramente das que não crescem. De onde vem
a oposição contra esta marca de qualidade: de cristãos que encaram a frequência
aos cultos, antes de tudo, como o cumprimento de uma obrigação cristã. Eles
não vão ao culto porque se trata de uma experiência gratificante, que não
querem perder de jeito nenhum. Vão para fazer um favor a Deus (ou ao pastor ou
quem quer que seja). Às vezes até se desenvolve o conceito de que Deus
abençoará esta fidelidade em suportar com paciência uma prática que em si é
desagradável.
Marca # 6: GRUPOS DE
CRESCIMENTO/CÉLULAS
Igrejas que crescem
desenvolveram um sistema de grupos de crescimento/células em que o cristão
individual pode encontrar atenção humana, ajuda prática e intercâmbio
espiritual intensivo. Estes grupos não conversam somente sabre textos bíblicos
ou escutam a exposição de um especialista, mas agregam impulsos bíblicos às
indagações cotidianas dos participantes.
Marca # 7:
EVANGELIZAÇÃO ORIENTADA PARA AS NECESSIDADES
Que não se pode pensar
em crescimento de igreja sem evangelização é evidente, mesmo sem uma pesquisa
mundial. A igreja cresce pela proclamação do evangelho, de modo que cada vez
mais, pessoas se agregam a ela confessando fé em Jesus Cristo. Este é o
processo chamado de evangelização pelos cristãos. Há quem pense que o método da
torquês é o melhor dos caminhos: tenta-se, às vezes com métodos bastante manipulativos,
apertar as pessoas para que se decidam pela fé cristã. No entanto, é possível
provar que o método da torquês é praticamente o oposto do que se pode aprender
da prática evangelística das igrejas que crescem. Seu segredo é transmitir o
evangelho de uma maneira que vai ao encontro das necessidades das pessoas que
estão distantes da fé cristã.
Marca # 8:
RELACIONAMENTOS MARCADOS PELO AMOR FRATERNAL
As igrejas que crescem
têm um coeficiente de amor bem mais elevado que igrejas que estão estagnadas
ou diminuem. Nenhuma marca de qualidade pode faltar. É só isto. Passamos
rapidamente pelos princípios mais importantes que, comprovadamente, estão por
trás do crescimento saudável da igreja. Destas marcas de qualidade podemos
dizer com alto grau de certeza três coisas: primeiro, que se trata de
princípios de validade universal (isto é, que se aplicam a igrejas em todo o
mundo). Segundo que eles podem ser aplicados em nossa situação específica
(mesmo que o resultado seja um pouco diferente de igreja para igreja). E em
terceiro lugar, que cada princípio tem uma relação positiva com a qualidade e o
crescimento da Igreja. Se queremos que nossa igreja alcance cada vez mais
pessoas, não podemos renunciar a nenhuma destas marcas de qualidade.
Quando olhamos os oito princípios mais de perto,
constatamos surpresos ou não que cada um deles resume conteúdos centrais da
mensagem bíblica.
*Pesquisa feita pelo
Instituto Christian Schwarz
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