Ap. Jota Moura
Ao confessarmos Jesus
Cristo como o Senhor de nossas vidas (Rm 10.9-10), somos batizados (At 2.38) e
começamos uma nova vida (2 Co 5.17). Entramos pela porta (Jo 10.10) e começamos
a percorrer o caminho (Jo 14.6). Agora somos discípulos de Cristo (Jo 13.35).
Cada aspecto da vida de
um discípulo deve estar compreendida nesta meta e orientado para ela - a
família, o trabalho, o estudo, o dinheiro, os bens, o tempo, as decisões, os
ideais, a vida. Tudo se concentra para a grande intenção da vida que é: chegar
ao alvo! Há quatro coisas essenciais a considerar.
1. CONHECENDO O
PROPÓSITO DE DEUS
1) Há um alvo para o
discípulo de Cristo - Deus tem um propósito para nossas
vidas. Em Fp 3.12-14, Paulo diz: V.12 “Prossigo
para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus”.
V. 14 - “Prossigo para o alvo... da
vocação celestial em Cristo Jesus”. Deus me chamou com um propósito. Devo
conhecer Seu propósito e fazer dele o alvo de minha vida. Aquele que responde
ao supremo chamado fará do propósito de Deus o alvo de sua vida.
2) O propósito de Deus
é ter uma família - de filhos semelhantes a Seu Filho, Jesus
Cristo (Ef 1.4-5; Rm 8.29-30; Hb 2.10). Efésios 1.5 diz: “predestinados para a adoção de filhos...” e Romanos 8.29 diz: “predestinados para serem conforme a imagem
do Seu Filho”. Hebreus 2.10 fala de Jesus “conduzindo muitos filhos à glória”.
3) Predestinar
significa dar um destino de antemão - Antes da fundação do
mundo, Deus se propôs em si mesmo ter muitos filhos semelhantes ao Seu Filho.
Deus quis segundo Seu beneplácito, segundo o puro afeto de Sua vontade,
criar-nos para sermos incluídos no círculo de sua comunhão íntima com o Filho,
para fazer-nos participantes de Sua Glória e das inescrutáveis riquezas de Sua
herança. Segundo o desígnio de Sua vontade, quis que sejamos conforme a imagem
de Seu Filho. Por Seu grande amor, antes de criar-nos, nos destinou a sermos
como é o Seu Filho, para participarmos de tudo que é Seu e para gozarmos da
mesma relação que Deus e Jesus possuem. Tudo isso para louvor de Sua glória.
4) O desenvolvimento do
propósito de Deus - (1) A criação aponta para o propósito de
Deus (Gn 1.26) Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, para
que eles, multiplicando-se, formassem um numeroso povo de homens e mulheres
feitos conforme a imagem de Deus e ter assim uma família eterna com a qual
realizaria Seus planos futuros.
(2) O pecado foi um desvio do propósito
eterno - Satanás não quer que o propósito de Deus se cumpra, por isso incita o
homem à rebelião. O homem peca, perde a imagem de Deus e, expulso de Sua
presença, perde a comunhão com Deus (Rm 5.12).
(3) A redenção não é o fim (alvo) do
propósito de Deus - mas o grande meio pelo qual é corrigido o desvio provocado
pelo pecado, A redenção não é para meramente nos salvar do inferno, e sim, para
que atinjamos o propósito de Deus (Jo 3.16) - Unigênito; (Ap 1.5) - Primogênito.
(4) O propósito final
de Deus é - ser não só o Criador e Salvador, mas acima de tudo ser Pai.
Resumindo: Vemos que Deus nos criou e nos salvou para o mesmo fim, alvo e
propósito, o qual é (GI 4, 6, 7,19) ct. Mt 5.48; Hb 5.13; 6.1 - “Ser perfeito como Deus”. Fixando a
verdade:
DEUS - Ser Pai de
muitos filhos; JESUS - Ser o primogênito entre muitos irmãos; ESPIRITO SANTO -
Ser testificador com o nosso espírito. SERES HUMANOS - Sermos feitos filhos de
Deus e irmãos de Cristo, feitos à Sua imagem e semelhança.
2. RESTAURANDO O
PROPÓSITO AGORA
A restauração da Imagem
de Deus no ser humano - Desde o momento em que Deus propôs
criar o homem, Seu desejo foi que ele fosse semelhante ao propósito criador, Ou
seja, Deus pôs algo no ser humano que é semelhante a certas qualidades e
atributos que se encontram n’Ele mesmo. Há muitos textos bíblicos que aludem
esta semelhança (Gn 1.26-27; Rm 8.28-29; 1 Co 11.7; 2 Co 3.18; CI 3.10; Tg 3.9;
2 Pd 1.4 - “Vós sois deuses!”). Basicamente
se entende que a semelhança que o homem tem com Deus se vê em três sentidos:
1)Em sua
responsabilidade moral - isto significa que o
ser humano e responsável por suas palavras, por seus atos, por seus
pensamentos. Deus é um ser moral. Exerce um governo moral. Ele e o responsável
por todos os seus atos e dotou o homem com poder intelectual, afeto natural e
liberdade moral. É da responsabilidade do homem desenvolver sua vida, com
domínio próprio, na vontade de Deus, com conhecimento da verdade, com justiça,
com santidade (Ver CI 3.10; Ef 4.2).
2) Em sua natureza
espiritual - como Deus tem uma natureza espiritual, para
que haja comunhão efetiva entre o homem e Deus. Não podemos conhecer ou
perceber a Deus por meio de nossos cinco sentidos físicos, nem pelo uso de
nosso raciocínio, senão por meio de sua revelação ao nosso espírito (1 Co 2.10-
16; Rm 8.16; Jo 3.2-8; Pv 20.27).
3) No exercício da autoridade - Deus
é soberano sabre toda Sua criação e exerce plena autoridade. Ao criar o
homem, Ihe deu autoridade (delegada, não própria), sobre certas áreas específicas
da criação terrena. O homem tem de colocar-se corretamente sob a autoridade de
Deus para exercer eficazmente sua autoridade sobre a esfera de sua responsabilidade
(Gn 1.26; SI 8.5; Lc 7.8; 9.12). Por seu pecado e rebelião o ser humano perdeu
a imagem e semelhança com Deus (embora perdure alguns vestígios desta semelhança).
Deus se fez homem, na pessoa de Jesus Cristo. Jesus é a imagem do Deus
invisível (CI 1.15). Deus se propõe transformar o homem a imagem de Cristo para
restaurar assim à imagem de Deus no homem (Rm 8.29). Quando alguém se
arrepende e se rende ao Senhor Jesus, nasce de novo na família de Deus e começa
a adquirir outra vez esta formosa semelhança, a qual se irá desenvolver por
meio da fé e obediência ao Senhor (CI 1.26-28 - “O mistério dos séculos”).
Um dos
instrumentos mais poderosos para formar os discípulos à imagem de Jesus é a
paixão com que eles procuram formar outros à mesma imagem de Jesus
(reprodução).
3. REFLETINDO
A IMAGEM DE JESUS CRISTO
1) Deus
quer que sejamos e vivamos como Seu Filho Jesus (1 Jo 2.6,
3.2, 3, 4.17, 1 Pd 2.21). Ser manso e humilde como Jesus (Mt 11.29; Nm 12.3 - manso
sob autoridade); Amar como Jesus Amou (Jo 13.34, 35); Perdoar como Jesus perdoou
(CI 3- 13); Servir aos outros como Jesus serviu (Jo 13. 14-15); Ser santo como
Jesus (1 Pe 1.15-15); Em tudo agradar ao Pai como Jesus (Jo 17.18). Em todos os
demais aspectos da vida, ser como Jesus.
2) Para que
isto seja passível Deus proveu todos os meios - para que
se chegue ao propósito que tem para nós. Como Deus não brinca conosco e se
propôs transformar-nos à imagem de Seu Filho, podemos estar seguros que nos
tem outorgado a graça, o poder e os recursos que se acham na pessoa de Jesus
(Ef 1.3; Rm 8.32; 2 Pe 1.3-4).
3) Todas
estas graças nos são dadas pela nossa união com Cristo - (1 Co 6.17;
GI 3.27). Ao nos unirmos ao Senhor fomos feitos um espírito com Ele,
participantes de Cristo em Sua plenitude.
4) Vejamos
alguns aspectos desta tremenda verdade - Somos participantes de Sua
ressurreição (Ef 2. 5-6; CI 3.1); Somos participantes de Sua exaltação (Ef 2.6;
CI 3.3); Ele pôs em nós Seu Espírito Santo (Rm 8.9-11); Somos participantes de
Sua natureza divino (2 Pd 1.3-4); Fomos feitos filhos de Deus (Jo 1.12; Rm
8.15- 16); Nos fez sacerdotes com acesso ao Pai (Ap 1.6; 1 Pe 2.5-9); Nos fez
herdeiros de Deus e co-herdeiros herdeiros com Cristo (Rm 8.17).
5) Jesus
nos fez participantes de Seus ministérios (Jo 20.21); Nos fez
vencedores para assentarmos no trono com Ele (Ap 1.6; 3.21). Para sermos
participantes de Cristo temos uma nova vida e começamos a ter o caráter de
Cristo. Agora temos uma nova mente e um novo espírito.
4. ESTILO
DE VIDA DE QUEM É POSSUÍDO POR CRISTO
1) Vive e
atua honrando sua vocação de ser como Jesus é – Pensa e
atua como pensava e atuava Jesus, porque à semelhança dele, tem um só objetivo
na vida: “os negócios do Pai...” (Lc.
2.49).
2) Começa a
ver agora com os olhos de Jesus - Vê as pessoas que o rodeiam,
desorientadas e perdidas “como ovelhas
sem pastor...” (Mt 9.36).
3) Tem
paixão e sacrifica-se para salvar os perdidos e pastoreá-Ios - (FI 3.10;
CI 1.24). Começa agora a participar dos sofrimentos de Jesus.
4) Como
Jesus faz da missão o objetivo e razão de sua vida terrena - (Mt 6.33;
Mc 8.35; FI 3.7- 14). Começa a ministrar aos outros como Jesus.
5) Acredita
que Deus quer ter muitos filhos - A meta da vida de cada discípulo
é ser conforme a imagem de Cristo. Porém a meta de Deus, o Pai é ter muitos
filhos semelhantes ao seu primogênito filho. “Entre muitos irmãos” - Rm. 8.29; “Havendo levado muitos filhos à glória” - Hb. 2.10.
De onde procedem os filhos? Dos perdidos que estão no mundo (Lc
19.10). De nossas relações, parentes e amizades. Deus quer que todos os homens
sejam salvos e sejam conforme a imagem de Seu Filho (1 Tm 2.4; Mt 28.19-20; Mc
16.15¬16).
6) Cuida dos
negócios de nosso Pai e contribue com seus propósitos - Fazer dos
“negócios do Pai” o objetivo de
nossa vida terrena, significa entregarmos totalmente nossa vida à realização de
Seu propósito. Isto é justamente o negarmos a nós mesmos e buscarmos
primeiramente o Reino e Sua Justiça (Mt 6.33).
7) Busca a
conversão dos pecadores - “por
palavras e por obras” (Rm 15.19-20). Discipula os novos convertidos para
que sejam conforme a imagem de Jesus (l Co 11.1). Edifica o Corpo de Cristo
pela unidade da Igreja (Ef 4.10-12). Serve no ministério “Conforme o dom de Cristo” (1 Pd 4.8-11).
8) Espera a
Redenção dos nossos corpos - No pleroma da volta de Cristo à terra, quando
nossos corpos serão transformados à semelhança de Seu corpo glorificado (1 Co
15. 50-54; Rm 8.17; 1 Jo 3. 4). Então seremos plenamente como Ele é...
Deus está
pronto para fazer-nos santos e irrepreensíveis em Cristo Jesus. De nossa parte
tem que haver uma disponibilidade total, uma entrega, um quebrantamento contínuo.
Deus não pode operar a Sua santidade em nós, enquanto nosso eu desejar
permanecer intocado.
Não basta, porém, uma abertura
esporádica, quando estamos com vontade de orar. Deus espera uma atitude
permanente de submissão, de rendição, afim de que, encontre campo aberto à obra
do Seu Santo Espírito. O Senhor mesmo está disposto a ajudar-nos nisso.
Confiemos inteiramente n’Ele, entregando-nos ao Seu Espírito Santo. Amém!
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